sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ALWAYS IN LOVE




A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação.


O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar em linha recta e ele nos oferece os seus oceanos e mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.


Não podemos subestimar o amor.


Não podemos castrá-lo.


O amor não é orgânico. Mas eu não sei o que é o AMOR!!!


Não é o meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia.


Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz o favor de fazer a sua fogueira dionisíaca no meu espírito. A sua força mistura-se com a minha, e as nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém - nascidas.


O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida. O amor grita seu silêncio e dá-nos a sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos alimento preferido do amor.


O amor, eu não conheço … E é exactamente por isso que o desejo e me atiro do seu abismo, aventurando-me ao seu encontro.


A vida só existe quando o amor navega.


Morrer de amor é a substância de que a vida é feita. Ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.


Não posso falar de amor, porque não compreendo o que é amor!!!


Como entender um sentimento que transcende a tudo, a todos, que extrapola todas as fronteiras, que atravessa as eras, as vidas, e é distribuído irmãmente a todas as pessoas?


Não dá para falar de amor, do amor que pregam os mestres, que cantam os poetas, que eu vejo estampado nos rostos das crianças, ou numa ruga de saudade dos mais velhos...


Não sei se posso. Não sei se devo. Não sei se compreendo o que seja amor verdadeiro.


Se amar é doação completa, então talvez não ame pois eu peço em troca...


Se amar é entrega, então eu não amo, pois me resguardo...


Se amar é apenas carne... Eu não, não amo mesmo, pois sou "vegetariana"... e lá no fundo dos meus sonhos concebo o amor como algo tão universal que me parece inatingível, e ao mesmo tempo tão simples...


Não posso falar sobre amor porque, como qualquer ser humano, o amor universal, de completa doação, está além de todas as ideias...


O amor... Este que é pelo homem incompreendido, escondido, mal-falado, corroído e caluniado; Difamado, subtraído, maltratado e confundido; Vendido, alugado, mas que há muito não é amado ... E pergunto: O que seria este amor se não tivesse sido já pelas mãos humanas um produto industrializado com etiquetas de marca, com um preço pré-definido e qualidade para exportação, mas não para ser usado?


Se o amor fosse achado nos corações e não nas novelas, teria ele de nos dizer frases de efeito ou outras até mais belas?


Teria de lê-las em reclamos luminosos de rua ou as saberia de cor?


A verdade é que o homem muito fala em ser amado e amar, as atitudes apagam o que se diz, e se alguém perguntar o que é, o homem dirá que ama, sem saber explicar o amor. Mas eu não sei o que é o AMOR ….


E continuarei ALWAYS IN LOVE.




Sem comentários: